A 126ª edição do Grand American, o maior e mais tradicional campeonato de tiro ao prato do mundo, foi palco de um momento histórico e profundamente emocionante para o tiro esportivo brasileiro. Representando não apenas seu talento, mas também um legado de família, Yan Klain Belchior e seu pai, Luis Antônio “Tonhão” Belchior, escreveram mais um capítulo inesquecível na trajetória dos Belchior, que já soma três gerações de paixão pelo esporte.
O elo entre eles vai além da competição. Na década de 1970, o patriarca da família, Sr. Belchior, desbravou as pedanas e se consagrou bicampeão brasileiro, além de ter representado o Brasil no Grand American, em Vandália, Ohio. Décadas depois, seu neto Yan seguiu os passos do avô e transmitiu ao pai Tonhão o mesmo amor pelo tiro ao prato. Em 2025, pai e filho dividiram a mesma pedana nos Estados Unidos, revivendo e dando continuidade a esse legado comovente.
A EMOÇÃO DE COMPETIR LADO A LADO
Para Yan, participar do Grand American ao lado do pai foi a realização de um sonho. Mais do que conquistar um troféu, a experiência foi marcada pelo orgulho, apoio mútuo e gratidão:
“Treinamos juntos, ajustamos detalhes e, quando o nervosismo chegava, um apoiava o outro. O maior prêmio não foi o troféu, mas sim poder competir ao lado do meu pai”, relatou Yan.
Já para Tonhão, o momento carregou um simbolismo especial. “Era um sonho conhecer o Grand American, pois meu pai já havia participado nos anos 70. Depois de 49 anos, poder estar lá ao lado do meu filho foi a verdadeira cereja do bolo.”
O LEGADO QUE ATRAVESSOU GERAÇÕES
Entre memórias, viagens e treinos compartilhados, pai e filho reconhecem que o tiro esportivo se tornou mais do que uma prática esportiva: é um vínculo familiar que se fortalece a cada disparo.
Tonhão se emociona ao lembrar que, assim como seu pai o iniciou no esporte, agora pode ver Yan não apenas competir, mas também ser premiado com um score perfeito em um evento de altíssimo nível.
“Quando olho para essa história de três gerações unidas pelo esporte, sinto uma enorme gratidão. Mais do que esporte, é um legado de união familiar.”, disse Yan ao relembrar a dimensão do legado de sua família.
RESILIÊNCIA E SUPERAÇÃO
O tiro ao prato também trouxe à família Belchior lições valiosas de resiliência, superação e esperança. Yan compartilhou um dos momentos mais marcantes de sua vida, quando, após enfrentar uma dolorosa perda pessoal em 2023, encontrou no esporte forças para seguir em frente e protagonizou sua melhor prova. “O tiro me ensinou que, nos momentos mais difíceis, é preciso confiar no corpo, na mente e deixar fluir. Hoje sei que meus tiros têm um empurrãozinho especial do meu anjinho lá de cima.”
AMIZADE E UNIÃO
Para pai e filho, o tiro esportivo é também um espaço de amizade, união e alegria. Entre longas viagens de carro, risadas e até pequenas “disputas amigáveis”, a família encontra na pedana não apenas um esporte, mas uma verdadeira terapia que fortalece laços e cria memórias eternas.
A história da família Belchior é mais do que uma lembrança: é uma inspiração para novas gerações que desejam viver o esporte em família.
“Sempre recomendo: comecem devagar e aproveitem o aprendizado juntos. O mais importante não é o resultado, mas a união e a experiência em família”, destaca Yan.
“Sinto que ainda podemos chegar à quarta e até à quinta geração. Não quero que essa história tenha fim.”, completa Tonhão.
A participação dos Belchior no Grand American 2025 reforça a grandeza do tiro ao prato como esporte que ultrapassa fronteiras e conecta pessoas. Mas, acima de tudo, mostra que os valores transmitidos de geração em geração são o maior troféu que uma família pode conquistar.
A Liga Nacional de Tiro ao Prato parabeniza Yan e Luis Antônio Belchior por representarem tão bem o Brasil e por emocionarem a todos com essa trajetória de dedicação, união e amor pelo esporte.